A agenda cultural é um instrumento de comunicação acessível aos diversos segmentos que formam a sociedade igarassuense e surgiu com a proposta de transmitir as informações de utilidade pública e divulgar o Patrimônio Histórico e Cultural de Igarassu.
Idealizada pelo professor Fernando Melo – Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Igarassu, a agenda cultural teve sua primeira edição publicada em 2005, tendo o importante apoio do Sr Francisco Gomes, Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Igarassu, que mobilizou o incentivo de diversos parceiros e empresários do município que acreditaram e investiram na iniciativa.
Durante os cinco primeiros anos de circulação a agenda tornou-se uma referencia no cotidiano das pessoas, principalmente para aquelas que buscam informações essenciais sobre a vida da cidade. Atualmente a agenda é muito procurada pela diversidade de informações e utilidades diárias.
Secretaria Municipal de Turismo: (81)3543.0541
Convento Franciscano: (81) 3543.0258
Museu Histórico: (81)3543.0435
Refúgio Charles Darwin:(81) 3545.4465
INFORMAÇÕES MUNICIPAIS
População (IBGE - 2009): 100.191 hab Divisão Administrativa (Três Distritos) Igarassu-Sede Três Ladeiras Nova Cruz Densidade demográfica: 327.42 hab / km² Altitude média 20m (sede) Distância do Recife: 28 km Área (IBGE-2009): Total: 306 km² Urbana : 60,58 km² Rural: 245,42 km²
Feriados Municipais: 23/06 - São João 27 /09 - Fundação de Igarassu 08 /12 - Nossa Senhora da Conceição
DADOS HISTÓRICOS
Os primeiros habitantes:
Os índios Caeté habitavam essa região de muitas matas, quando chegaram os colonizadores portugueses em 1516. Além de serem grandes caçadores e pescadores, os Caeté também detinham um bom conhecimento das plantas, frutas e raízes existentes na região. Com a invasão portuguesa, os índios ofereceram resistência aos colonizadores e inúmeras lutas foram travadas com os Caeté, que só foram derrotados após muitos confrontos com as tropas lusitanas que receberam a ajuda dos índios Tabajara. Os Tabajara eram índios Potiguara vindos da Paraíba, que foram aldeados em Igarassu pelos portugueses e passaram a se chamar Tabajara.
O termo:
A palavra Igarassu, que deu origem ao nome da cidade é oriunda do tupi e significa: Igara = Canoa; Assu = Grande. Os historiadores acreditam que o nome teria vindo da exclamação de surpresa dos índios ao avistarem as grandes caravelas portuguesas.
Para Manoel da Costa Honorato, entretanto, o nome deriva “... de três palavras índias: Hi ou Ig= Água ou Rio; Guara= Ave aquática; e Açu= Grande” . Desta forma, a palavra Igarassu significaria Rio dos Grandes Pássaros, em alusão as embarcações que demandavam ao porto do Sítio dos Marcos, durante os primeiros trinta e cinco anos de nossa história.
A Fundação e Evolução:
A Cidade, segundo a tradição, foi fundada em 27 de setembro de 1535, após a vitória dos portugueses sobre os índios Caetés e por ordem do Capitão Afonso Gonçalves – que mandou erigir no local da vitória uma capela votiva consagrada aos Santos Cosme e Damião – hoje considerada a mais antiga do Brasil.
Em 1516, entretanto, já os portugueses, através de Cristóvão Jacques, fundaram – no Sítio dos Marcos – a feitoria de Pernambuco, então um dos mais conhecidos ancoradouros do litoral brasileiro e significativo ponto de contato entre ameríndios e europeus.
A elevação à categoria de vila, ocorrida em data não precisa, mas provavelmente no ano de 1564, criou os poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, dotando a localidade de autonomia política, administrativa e econômica.
Em 1594 foi criada a freguesia dos Santos Cosme e Damião, conforme informação do professor José Antônio Gonsalves de Melo, nas notas do artigo “O Foral de Olinda de 1537”.
Nas lutas em prol da liberdade de nosso povo, diversos foram os filhos de Igarassu que se destacaram, dentre eles podemos citar: Bento Corrêa Lima, mártir de 1710; João Gonçalves Bezerra, revolucionário de 1817; Antônio Pedro de Figueiredo (COUSIN FUSCO), socialista utópico que defendia os ideais da Revolução Praieira e professor do Liceu de Artes e Ofícios.
Na medicina, destaca-se o Dr. Cosme de Sá Pereira, um dos mais importantes médicos sanitaristas de Pernambuco e que conseguiu acabar com o Cólera Morbus no Recife, durante a epidemia de 1856.
Na religião, como destaques, podemos citar: Frei Ruperto de Jesus, Frei Feliciano de Mello, Pe. Paulo Teixeira, Pe. Antônio Jacome Bezerra e o Pe. Miguel Rodrigues Sepúlveda, um dos fundadores do Recolhimento do Sagrado Coração de Jesus.
Como titulares do Império, tivemos: Dr. Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto – Barão de Igarassu; Dr. Manoel Joaquim Carneiro da Cunha – Barão de Vera Cruz; Epaminondas Vieira da Cunha – Barão de Itapissuma e Antero Vieira da Cunha – Barão de Araripe.
D. Pedro II ao visitar a vila em 05 de dezembro de 1859 achou que a localidade não tinha “nenhum futuro e só a estrada de Goiana poderá lhe dar alguma vida”.
Constituiu-se município autônomo em 28 de fevereiro de 1893, através da Lei Orgânica nº 52 de 03.08.1892, tendo sido seu primeiro prefeito o Cel. Luiz Scipião de Albuquerque Maranhão.
Foi elevada a categoria de Cidade pela Lei Estadual nº 130, de 03 de julho de 1895.
Em 26 de setembro de 1935, graças ao Projeto de Lei do então Deputado Mário Melo, a cidade de Igarassu é considerada Monumento Público Estadual.
No dia 10 de outubro de 1972, visando proteger e resguardar o rico acervo existente em nossa cidade, o Governo Federal, através do IPHAN, tombou o conjunto arquitetônico da nucleação histórica, com uma área de 0,4 Km² (396.202 m²).
Igarassu: Marco da Colonização Portuguesa em Pernambuco
O primeiro registro escrito sobre as terras de Igarassu que se conhece até o momento é de 1516, quando o português Cristovão Jacques fundou a primeira feitoria em Pernambuco. A feitoria, é um local onde se armazenava produtos para embarque como o pau-brasil, foi construída às margens do Rio Igarassu. Nessa região habitavam entre outros os índios Tabajaras, dissidentes dos Potiguara. Cristovão Jacques deixou na feitoria um grupo de portugueses, para manterem contatos e aprenderem à língua dos índios. As relações com os índios, favoreceram para que durante três anos Cristovão Jacques enviassem vários navios carregados de madeira retiradas das matas do litoral para a Europa. A feitoria na época era um dos portos mais conhecidos do litoral brasileiro, onde os portugueses mantinham relações com os índios.
Alguns anos depois que foi instalada a feitoria em Igarassu, O Rei de Portugal D. João III dividiu o território brasileiro em 15 capitanias. A de Pernambuco foi doada a Duarte Coelho, que desembarcou em 09 de março de 1535 no local onde estava a feitoria, para tomar posse de sua capitania, que chamou de Nova Luzitânia. Acompanhava Duarte Coelho sua esposa Dona Brites de Albuquerque, seu cunhado Jerônimo de Albuquerque e ainda um companheiro de viagens para a Índia, o capitão português Afonso Gonçalves. Naquele local Duarte Coelho pretendia instalar uma colônia de agricultores para plantar cana e fundar um engenho de açúcar.
Os portugueses que inicialmente estabeleceram contatos com os habitantes que aqui encontraram para levar o pau-brasil e outros produtos para a Europa, invadiam e ocupavam as terras indígenas que por meio de guerras procuraram expulsar os portugueses.
O local da feitoria passou a ser chamado Sítio dos Marcos. Foi assim chamado, por existirem dois marcos de pedra. Um foi assentado por Duarte Coelho e o outro por Pero Lopes de Souza ambos tinham por finalidade demarcar os limites das capitanias de Pernambuco e Itamaracá. Esse lugar foi o primeiro núcleo da colonização, melhor dizendo da invasão portuguesa em Pernambuco, e foi inicialmente chamada povoação de Santa Cruz.
O Sítio dos Marcos estava muito próximo da Capitania de Itamaracá, e ainda não era um local muito bom para moradia e defesa dos portugueses que temiam os índios, além de ser um lugar com terrenos muito baixos e difíceis para construção. Por esse e outros motivos, Duarte Coelho seguiu viagem para o Sul em busca de um lugar melhor de instalar uma vila.
Após sua partida Duarte Coelho determinou que o Capitão Afonso Gonçalves comandasse uma expedição a procura de água potável e de um lugar para construção de um engenho de açúcar. O capitão navegou pelo Rio Jussara, como chamavam os índios. Como a expedição começou em 08 de agosto, Dia de São Domingos, o Capitão chamou o Rio de São Domingos. Nessa expedição ocorreram muitas batalhas com os índios que lutavam para expulsar os portugueses invasores.
O nome Igarassu é de origem indígena Tupi e significa “canoa grande”: IGARA=canoa; ASSU=grande. Possivelmente eram as grandes canoas utilizadas pelos índios. Ou seriam os grandes navios portugueses vistos pelos índios?
Segundo a tradição em 27 de setembro de 1535, Afonso Gonçalves teria vencido uma batalha contra os índios Caeté e em comemoração, construiu uma capela consagrada aos Santos Cosme e Damião. Em torno dessa capela surgiu a povoação com o mesmo nome. Numa carta ao Rei de Portugal D. João III em maio de 1548, Afonso Gonçalves pedia ajuda para manutenção da capela e do povoado dos Santos Cosme e Damião em Igarassu que ele fundara.
Os índios Caeté continuavam as guerras para expulsão dos portugueses invasores de suas terras. Os índios cercaram a povoação de Igarassu por vários meses e o Capitão Afonso Gonçalves foi morto por uma flechada. Em socorro a Igarassu, Duarte Coelho contratou um navio bombardeio sob o comando do alemão Hans Staden. O conflito findou com a derrota dos índios que foram obrigados a fugir.
No ano de 1564 o Rei de Portugal elevou o povoado a categoria de vila, que passou a ser chamada Vila de Santa Cruz ou vila dos Santos Cosme e Damião, quando foram então criados os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A partir daquela data a vila passava a ter autonomia pública, administrativa e econômica.
Em 1594 foi criada a Freguesia dos Santos Cosme e Damião, que passou a ser um município autônomo em 28 de fevereiro de 1893, por meio da Lei Orgânica nº. 52, tendo sido o seu primeiro prefeito eleito o Coronel Luiz Scipião de Albuquerque Maranhão.
Por meio de um Projeto de Lei apresentado pelo deputado Mário Melo aprovado em 26 de setembro de 1935, a cidade de Igarassu passou a ser considerada monumento público estadual.
Para proteger e restaurar o rico acervo existente em Igarassu em 10 de outubro de 1972, o Governo Federal, por meio do IPHAN, tombou o conjunto arquitetônico da nucleação histórica da cidade.
Texto: Fernando Fernandes de Melo - Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Igarassu.